terça-feira, 31 de agosto de 2010

VI Triatlo de Raiva

Precisamente no Triatlo que tem o melhor enquadramento paisagístico, não tenho uma única foto para ilustrar este post. Desastre! Mas pronto, já com algum atraso aqui vai o relato do Triatlo de Raiva, que se realizou a 8 de Agosto, dia de anos da minha mãe. Comecemos então pela natação.

Natação (650m)
Houve uma pequena alteração de modo a reduzir a distância. Pelos vistos eram 650m mas pouco ou nenhuma diferença notei. Voltei a sentir-me bastante à vontade, boa orientação e pouca porrada. Tive um pequeno engano na forma como abordei a aproximação à penúltima bóia (pensava ser a última) mas não tive grande perda de tempo por causa disso. Ainda forcei no final mas não consegui ganhar lugares. O tempo final foi 15:39, o que me deixou satisfeito, tendo em conta que não tinha fato.

Ciclismo (16km)
Já conhecia grande parte do percurso, que fiz o ano passado. Por isso, decidi ir forte logo no início e nas primeiras rampas (primeiro em paralelo e depois em asfalto até à primeira rotunda) passei vários ciclistas que eram mais fortes do que eu na natação. No entanto, a subida nunca mais acabava e comecei a perder fôlego. Comecei a ser ultrapassado e não os acompanhava. O último quilómetro da subida foi bastante sofrido, até por estar a desmoralizar um pouco.
A descida que se seguiu soube bem para recuperar fôlegos mas acabei por perder mais alguns lugares. Na subida seguinte voltei a alcançar quem me passou na descida. E o resto da prova de ciclismo foi assim. Passava os meus colegas de grupo nas subidas e era ultrapassado nas descidas. Como o percurso acabava a descer, chegaram à minha frente. O tempo final não foi bom: 40:51 incluindo as transições, o que é claramente abaixo dos habituais 30 km/h. Uma má prestação mesmo tendo em conta o terreno irregular.

Corrida (4,2 km)
Fiz a corrida de trás para a frente, ganhando lugares atrás de lugares, poucos me ultrapassavam e consegui imprimir um bom ritmo apesar das subidas algo duras. Fiz 18:39, ou seja, uma média de 4:15 minutos por quilómetro num percurso difícil.

Resultado Final
O tempo final oficial foi 1:15:10 tendo ficado em 66º em 101 participantes, ou seja, a 2/3 da tabela. Não foi um grande resultou, mas senti-me melhor que em Aveiro. A bicicleta foi claramente o sector que mais me penalizou, uma vez mais. A minha modalidade favorita é a que me está a correr pior. É a piada de treinar triatlo. Umas modalidades melhoram e outras pioram e temos que ir trabalhando todas para termos melhores resultados. Se só nadasse, só andasse de bicicleta ou só corresse a minha vida seria muito mais monótona.
Por fim, uma referência à organização que foi espectacular, muito graças ao empenho dos agentes locais, sobretudo o Movimento Raiva com Identidade. Durante o ciclismo sempre tive a companhia de batedores da GNR ou de um grupo de motards locais, tudo bem sinalizado, e no final quando levantei os pertences no segundo parque de transição estava tudo direitinho distribuído por clubes, algo que nem na Taça de Portugal acontece. Uma vez mais as pessoas do norte mostraram de que material são feitas. Parabéns a todos.
Por fim, o título colectivo. Sagrámo-nos campeões regionais por equipas e o Gil e o Tiago foram 1º e 2º no campeonato regional. Na altura pensei ter fechado a equipa em 3º lugar... mas fui o 4º. Paciência! Até à Póvoa!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

IV Triatlo de Aveiro



O Triatlo de Aveiro marcou a minha estreia na distância olímpica. No entanto, a preparação deste triatlo ficou marcada, por um lado, pela morte do meu avô, pouco mais de uma semana antes (curiosamente ele natural de Cacia, Aveiro) e também pelos ensaios de Feupville. Se a segunda questão não fez com que perdesse treinos, no primeiro caso isso aconteceu, por razões óbvias, e logo na semana que marcava o topo da preparação. De qualquer forma nem um nem outro caso seriam desculpas para uma má prestação.
Pelo meio encontro o Rui Pena e o Mark Velhote, que se encontra prestes a iniciar-se nestas lides. Aliás, todas as fotos aqui presentes são do Mark, que quis perceber como funcionam estas coisas vendo do lado de fora. Ah, e gostei do pormenor de termos o nosso nome no Parque de Transição, até parece que somos gente importante.



Natação (1500m)




A água parecia estar limpa. Viam-se peixes e nem pareciam ser taínhas. Até que, de repente, entram 200 mamíferos dentro de água revolvendo todo o lodo acumulado no fundo da Ria de Aveiro. E por baixo do lodo deviam estar acumuladas milhões e estreptococos, enterococos, coliformes fecais, E. coli, para além de tudo o que é Nitratos, Mercúrio, Sulfatos e mais o que quer que seja. De repente a água limpa ficou castanha e o cheiro ficou semelhante ao de uma suinicultura junto ao Rio Lis.
Depois, já não bastava estarmos a nadar pelo meio de todos os tipos de poluição que ainda nos mandaram sair da água e voltar a entrar. Ainda tive a esperança que fossem analisar a água e com o resultado mandar-nos para as piscinas municipais, mas não era mesmo porque havia gente agarrada as boias e à linha da partida.
De qualquer forma isto é um caso de saúde pública, acredito que a água não esteja muito poluída quando fazem as análises,mas com esta gente toda a levantar o lodo, não acredito que a Ria esteja em condições para receber uma prova.
Esquecendo tudo isso, e assegurando que sobrevivi e que não tenho (para já) qualquer sequela de tamanha aventura, passemos então à prova.
Curiosamente, apesar de ser um canal estreito, só sofri um pouco a porrada nos momentos iniciais antes do estreitamento. Descobri que a porrada inicial está muito ligada a dificuldades de orientação e como ali não há problemas os ânimos estavam bem mais calmos. Gostei também da força do público, que estava a poucos metros de distância, algo nada habitual nos segmentos de natação.
Correu-me particularmente bem este percurso. Eram 1.500 metros, algo que nunca tinha feito em competição e por isso não forcei muito. Além disso, ia sem fato o que tornava a coisa teoricamente mais difícil. Mas afinal não. Fiz logo de início respiração a cada três braçadas, atingi um bom ritmo sem querer forçar muito e nos momentos finais do percurso sentia-me tão fresco como numa prova de 750 metros. O tempo final espelha isso: 32:46, o que, tendo em conta que em Peniche e com fato tinha feito 16:02, revela que subi bastante na natação e que me dei muito bem com a nova distância.

Ciclismo (40,8km)




A transição foi feita com mais calma que o costume (talvez demasiada, até) com um tempo de 1:25, ou seja, quase tanto como o que demoro com fato. As coisas devem começar a correr melhor quando chegarem as sapatilhas de triatlo que encomendei, mas pelo que parece na loja estão com problemas a processar o pedido e ao fim de 2 meses nada.
A prova, foi do pior. A fazer lembrar Matosinhos, sem quedas mas com poucas pernas. Não consegui integrar nenhum grupo e passei poucos ciclistas. Era muitas vezes ultrapassado e faltavam-me sempre as pernas. Fiz, por isso, grande parte do percurso sozinho ou com mais um ou outro colega.
Penso que, para além da minha falta de pernas, este percurso correu mal por duas outras razões.
Em primeiro lugar, não olhei para a altimetria, pensando que Aveiro era uma cidade completamente plano. Isso não é bem assim, o percurso era feito de altos e baixos curtos mas muito inclinados, incluindo um viaduto por cima do caminho-de-ferro (que são sempre mais inclinados porque têm que vencer as catenárias).
Em segundo lugar, existiam quatro curvas de 180º, sendo que três delas era chegar a meio de uma rua e voltar para trás e noutra era uma rotunda larga. Ou seja o percurso tinha ao todo 24 curvas de 180º, o que me deixou maluco.
Depois da queda de Matosinhos perdi muita confiança nestas curvas e travava demasiado, nessa altura os ciclistas que me acompanhavam ganhavam vantagem e depois tinha que sprintar para os voltar a apanhar, o que raramente acontecia já que poucos metros mais tarde surgia uma nova curva deste tipo.
Depois, com o calor, o bidão que levava comigo não foi suficiente, e nas duas últimas voltas senti muita sede. Devia ter levado dois, por isso, na próxima já sei.
Foi um percurso feito em grande sofrimento e sem qualquer prazer, aquelas curvas e os piques que tinha que fazer desgastavam-me fisica e psicologicamente. Não fiquei nada cliente do percurso, que foi, sem dúvida, o pior que apanhei. Não sei se fará sentido por 24 curvas de 180º num percurso só, talvez haja quem goste, mas eu não, odeio.
Fiz 1:26:27, o que equivale a uma média de 28,3 km/h, uma média fraca, mesmo tendo em conta o tipo de percurso que obrigava 24 vezes a reduzir a velocidade quase aos 0 km/h

Corrida (10 km)

Aproveitei a transição para repor líquidos bebendo meio litro de bebida energética. Demorei 1:35, mas estava mesmo a precisar de algum tempo de recuperação. Contudo, aqui voltei a errar. 10 km sem meias é demasiado, sobretudo com as minhas sapatilhas, que têm tendência a criar bolhas nos pés.
Ao fim de uma volta já estava a ter bastantes dores, e a última volta foi mesmo muito penosa. Basicamente estive a arrastar-me pela corrida tentando acabar o mais depressa possível e com o mínimo de dores.
Quanto ao percurso, era muito mais interessante, também com algumas subidas e passando por zonas com muitas pessoas. Pena que elas pouco ligassem à prova e muitas vezes circulassem a pé pelo meio dos atletas, cheguei mesmo a gritar para algumas pessoas saírem da frente. Mas pronto, o primeiro (o meu colega Pedro Palma) já tinha passado há muito e percebe-se em parte o comportamento.
O tempo final foi fraquinho 52:54, ou seja, acima dos 5 min/km. Malditas bolhas nos pés!!

Resultado Final
Tudo somado: 2:55:09, o que ficou aquém das expectativas. Apontava para fazer no mínimo menos 10 minutos do que fiz. Eu sei que foi uma estreia e cometi vários erros de principiante, mas queria chegar a um resultado melhor. Vamos lá ver se em Setúbal com mais experiência consigo melhorar. São essas as minhas expectativas.
Confesso também que as provas sprint me dão mais prazer. Ou então, Matosinhos e esta prova foram apenas excepções. Vamos ver as cenas dos próximos capítulos.
Quanto à prova, como já devem ter percebido foi talvez o triatlo que menos gostei. Em primeiro lugar a poluição (compensada por um percurso realmente interessante). Seguiu-se um percurso de ciclismo muito pouco agradável e com demasiadas curvas apertadas e tudo acabou num percurso de atletismo interessante mas com um público pouco cooperante. Vamos ver se para o ano melhoram (pelo menos em relação à poluição isto tem que melhorar, sob pena de receberem apenas meia dúzia de triatletas.