quarta-feira, 31 de julho de 2013

II Triatlo de Esposende


Pela primeira vez num triatlo num local onde passei parte da minha infância, o Triatlo de Esposende marcava o final do meu segundo pico de forma para esta época. Foi o triatlo escolhido para bater o meu melhor tempo num Sprint, ou seja, fazer menos do que os 1:13:18 de Quarteira 2012. Era um triatlo plano e a corrente do rio iria ajudar apesar dos 800m deste segmento.  

Natação


Dizem que estava tanta chuva que são raras as fotos deste segmento, daí que tenha escolhido outra foto para o ilustrar: tem a mesma quantidade de água e também é em Esposende e no triatlo respectivo.
A partida foi uma verdadeira confusão. Primeiro disseram-nos que não podíamos ir para a água porque tinham ido pescar um nadador que foi levado pela corrente no aquecimento. Depois o pessoal da frente atira-se à água. Eu e mais uns quantos ficam à espera de ordens dos árbitros para depois não ter que regressar a terra contra a corrente e, por fim, parece que já devíamos ter ido. Resultado: Só chego à partida (ou melhor, passo ao lado da partida levado pela corrente) uns 30 segundos depois de soar a corneta. Havia que recuperar.
Mas a corrente estava de feição. E estava tanto que os primeiros bateram o recorde do mundo dos 800m por mais de um minuto. Eu sou um pouco mais modesto e fiz 09:13. Mais de 4 minutos abaixo do meu anterior melhor tempo.
Dentro de água não notava muito, mas quando me levanto na rampa reparo que estava a chover. Mas não era um bocado. Acho que havia mais água fora do que dentro do rio. Com tanta chuva nem me lembrei de carregar no botão do Garmin, pelo que o registo que tenho vai até parte do ciclismo.

Ciclismo (20km)



 No ciclismo as coisas estavam um pouco confusas por causa da natação. Pessoas que saíram mais à frente do que o habitual, mas também o contrário o que originou bastantes perseguições interessantes.
A chuva caía com muita intensidade à excepção do final do percurso mas como este era fácil e seguro, não tive grande medo. Fui passado alguns ciclistas mas também fui ultrapassado. Até conseguia seguir algumas rodas mais fortes mas nos retornos a coisa era difícil. Tenho que melhorar a técnica.
Por fim, fiquei num grupo com 2 atletas da Académica de São Mamede e lá nos entendemos, embora reconheça que tenha trabalhado um pouco menos que eles. Fiz uma óptima média (35 km/h) mesmo nestas condições muito difíceis. Estou de facto a evoluir no ciclismo. Foi o meu melhor sector onde fui o 80º com 0:37:48 (inclui transições).



 Corrida
Nestas provas rapidíssimas, neste sector é sempre a dar o máximo. Sabia que para baixar da 1:10:00 tinha que correr abaixo dos 4:30 por km. Perdi os meus colegas de grupo e também fui sendo ultrapassado por outros. Mas no final da primeira volta comecei a fazer algumas ultrapassagens.


O lugar foi semelhante ao da natação e o tempo regular (22:19). Continuo sem melhorar a corrida. Pelo menos foi abaixo dos 4:30.





Conclusão


 

Um record. Influenciado por uma natação enganadora mas de qualquer forma 4 minutos abaixo do anterior registo e com piores condições atmosféricas. O lugar não foi grande coisa (90º em 151, mas 1:09:20 encheu as medidas e vai para o Hall of Fame. Agora venham 2 triatlos no Reino Unido entre eles o Campeonato do Mundo de Age Groups em Londres!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

I Triatlo Longo de Caminha



Este era o segundo objetivo da época. Não queria bater o meu melhor tempo na distância Half Ironman devido à grande dureza da prova, mas queria ficar na primeira metade da tabela. Também regressava aos meus duelos com o Jorge Carneiro  e queria ficar à frente dele.
Embora tenha planeado o treino para um segundo pico nesta altura, os níveis de concentração não eram os mesmos de outras provas. A provas eram visíveis:
1. Esqueci-me de carregar o Garmin e por isso não tenho qualquer registo (embora tivesse a liberdade de sentir apenas o corpo);
2. Cheguei quase na hora de partida do Ferry e tive uma preparação do material demasiado stressante.

Natação



A viagem até ao local de partida foi fantástica. De ferry pelo meio do nevoeiro com o sol a nascer. Parecia que estávamos a fazer uma viagem para outra dimensão.
Ao contrário do que ia acontecer no ciclismo esperava fazer um excelente tempo. Era suposto fazermos o percurso a favor da corrente que até poderia ser forte, por isso havia que aproveitar o lanço.
No entanto, após o salto para a água apercebo-me que estou a demorar muito a chegar à partida. Consigo um lugar na primeira fila até, mas para me manter lá parado preciso de nadar bruços, caso contrário a água leva-me até Valença.
Lá se foi a ideia de um bom tempo. resta nadar sempre em frente, manter-me num bom lugar e tentar poupar energias.



Durou muito, foi uma das mais longas sessões de natação que já fiz e parecia que nunca mais chegava à transição apesar de ver sempre Caminha lá ao fundo. Mas pronto, lá acabei por sair. 44:10 e 97º em 179 era algo perto do objetivo de ficar na primeira metade da tabela.



Ciclismo


Após uma transição normal, chegava a hora de dar no duro. Primeiro um pouco de empedrado para aquecer e depois as subidas. Uma primeira no troço de ligação entre a transição e as voltas e, logo depois na freguesia de Argela, uma subida de cerca de 7km a 7%. Ou seja, algo entre a Senhora da Assunção e a Senhora da Graça.
Era a primeira vez que fazia uma subida deste tipo durante um triatlo. Mas pelo menos estava descansado, além da primeira seria a segunda porque eram duas voltas.
Senti-me numa etapa do Tour, gerindo o esforço na primeira a pensar na segunda volta e gerindo o esforço na segunda volta a pensar na corrida.
O facto de viver numa zona muito plana prejudicou-me e o ciclismo que estava muito forte este ano claudicou. Comecei a ganhar alguns lugares até e a passar uma referência habitual, o Filipe Varandas, mas logo depois comecei a ser ultrapassado por muita gente. O Rui Pena, o João Correia, mais tarde o Emanuel Matos... Todos estavam bem mais fortes que eu, eles e mais alguns.
Depois na descida, não perdi muitos lugares, mas como sou um medricas pus bem os dedos nos travões em quase todas as curvas.
Seguiu-se um troço de falso plano, bem ao meu jeito onde deixei de perder lugares como se não houvesse amanhã mas onde também não ganhei muito.
Na segunda subida não quis arriscar. A alguns metros via um ciclista que circulava mais ou menos à minha velocidade e mesmo sendo ultrapassado por alguns ia-me aproximando dessa referência.



Em duas partes da segunda subida cheguei mesmo a parar para recuperar o fôlego. Fui ultrapassado mas mesmo assim não me ganhavam muito tempo e após a última paragem eu, com as pulsações em baixo estava muito mais forte que os que me rodeavam e que não tinham parado. Arranquei com toda a força e recuperei alguns lugares passando inclusivamente a minha referência e nunca mais o vi depois disso. Quando olhei para trás ele já estava fora do meu campo de visão. Na descida mantive a minha atitude de medo mas já não havia muita gente para me passar.
Por fim, no último falso plano sem forçar fui ganhando alguns lugares mas nas últimas subidas senti-me mesmo exausto e a ponderar desisitir no parque de transição pois não me via a fazer 21 km a correr depois de tanto cansaço. As 3:59:32 foram demasiadas, mesmo tendo em conta a subida. 132º estava bem abaixo daquilo que queria.

Corrida



Uma transição lenta para ganhar fõlego seguida de um início lento para ver se dava para ir até ao final. Passei um atleta mas fui sendo ultrapassado por uns cinco atletas. Nada que me preocupasse muito, o objetivo era chegar ao fim. Gostei muito do percurso, adoro treinar à beira-mar e em pinhais por isso aquilo era a minha cara. Gostei igualmente do apoio do público que ia desde a família de betos sentada em cadeiras à porta da sua casa de Moledo até aos minhotos com bombos em Vila Praia de Âncora. Gostei de uma prova em que não se andava às voltas mas em que se ia até Âncora e voltava-se não fazendo exatamente o mesmo percurso no regresso. E gostei de dar um beijo a meio da prova à minha namorada. Depois dessse beijo ganhei força extra e fui ganhando lugares.



Entretanto um atleta ultrapassou-me mas mantive-o em linha de vista e fui recuperando ainda mais lugares à medida que ele também puxava por mim. Alguns dos atletas que ultrapassava eram os mesmo que me tinham passado no início. A minha gestão de esforço estava a funcionar e cheguei à meta após uma bela recuperação. 113º na corrida não era óptimo, muito menos 2:01:28 de tempo. Mas era um percurso de pinhal e de trail em certas partes agravado por um ciclismo devastador.



Conclusão



Apesar de não ter conseguido cumprir os meus objetivos acabei a prova muito feliz. Foi uma excelente sensação ter conseguido acabar depois de andar a subir a Serra d'Arga duas vezes. Adorei a prova, talvez aquela em que me diverti mais até agora. Excelentes paisagens, excelente ambiente e a animaçãpo em Âncora a ser a cereja no topo do bolo. O único senão na organização terá sido isolar algumas localidades com o corte do trânsito. O meu tio ficou preso em casa entre as 8h e as 14h por causa do triatlo e por certo nunca será fã da modalidade.
De resto espero voltar, até acho que isto devia ter outra projeção internacional. Passar a ser o LittleBedMan, ou o WalkingMan ou mesmo o HereMineMan pode ser uma opção para este Caminha Homem.
Fiquei  em 121º em 179 à partida com 6:44:01. Abaixo das expectativas mas pouco importado com isso.
As fotos são da autoriada da Leonor e do meu pai, que apanharam uma grande seca!

sábado, 25 de maio de 2013

Triatlo Longo de Aveiro - S. Jacinto

Apenas duas semanas depois do Triatlo de Lisboa chegou a vez de mais um Half-Ironman, desta vez em S. Jacinto. Foram, por isso, duas semanas de repouso ativo com treinos mais curtos, puxando aqui ou ali pela intensidade para manter o corpo apto. O objetivo seria melhorar Lisboa, algo nada fácil dado o recorde pessoal obtido nesse triatlo e o facto de em Aveiro as distâncias serem mesmo as reais (Em Lisboa foram 87km de ciclismo e 20km de corrida, mais ou menos).
Para isso ia tentar aprender com os erros. Ajustei melhor as aerobars e ia controlar melhor a corrida no início para depois no final ainda ter capacidade para puxar.

Natação (1.900m)

 Foto roubada do Facebook do Nuno Carmo

Comecei o segmento de natação da pior maneira possível. Ou seja, apesar de ter chegado bem a horas, quis ir ao quarto-de-banho para poupar algum tempo a meio da prova. Só que tive alguma dificuldade em encontrar o café aberto, pelo que só à última hora é que fui lá. Acabei por chegar à água poucos segundos antes da prova começar e, por isso, fiquei bastante para trás, numa partida estreita e numa altura em que já nado melhor do que muitos daqueles que partem no final do pelotão.
Foi, por isso, uma partida dura, a tentar avançar no meio da multidão e, não conseguindo nadar à velocidade desejada. No final da primeira boia já estava num lugar mais confortável e tentando aproveitar a onda de quem seguia à minha frente. Nessa altura os óculos começaram a embaciar e cada vez que olhava para a frente estava deslocado em relação ao caminho certo. Foi uma prova muito complicada em termos de orientação.
No final da primeira volta sabia estar minimamente dentro do tempo (o relógio vibrou a meio do tempo desejado para o final) e aproveitei para limpar os óculos, perdendo tempo e também ritmo. Na segunda volta já via bem melhor, mas a orientação continuou uma miséria. Sempre que me olhava à volta estava num ponto bem afastado do que queria. Umas vezes estava junto a Aveiro, noutras ia nadando até à Torreira. Há dias assim.
Para me chatear ainda mais, a touca estava sempre a querer sair da cabeça e eu tive que parar para colocá-la duas ou três vezes. Penso que isso se deve ao seguinte:
Quando era pequeno, muitas vezes chegava a casa e dizia à minha mãe:

- Os meus amigos chamaram-me cabeçudo.

Ao qual a minha mãe respondia:

- Não és nada! Agora vai ali à padaria buscar um saco de cimento

- E onde é que eu trago o cimento?

- Na cabeça, claro.
E continuei a achar que não era cabeçudo até que acabei o curso e fui comprar uma cartola. Nesse dia todos os meus colegas ficaram com as respetivas cartolas mas eu não. Tudo porque o meu tamanho não havia e teve que ser encomendado. Quando chegou era mais parecida com um alguidar do que com uma cartola.
E não é que eu seja cabeçudo, mas acho que as toucas deviam ser maiores.
O final da natação ainda custou um bocado, porque ainda faltava um bocado para sair da água depois das bóias da partida.
Acabei por fazer 37:21, pior do que Lisboa, graças aos 2,2km que nadei em lugar dos 1,9km que deveria ter nadado. É incrível que até acabei por fazer um ritmo mais rápido mesmo com paragens a meio pôr touca e óculos. De qualquer forma estava tudo em aberto e nem foi um parcial muito mau.
Fui o 130º em 211, o que acaba por ser demonstração de alguma consistência no segmento.


1ª Transição

  Foto roubada do Facebook do Nuno Carmo

Sinto-me cada vez mais à vontade nestas primeiras transições. Não perco mais tempo num longo do que num Super-sprint e, mais uma vez despachei as coisas em pouco mais de 2 minutos e fui o 42º mais rápido dos tais 211. Aqui o registo.

Ciclismo (90km)

 Saltei para a bicicleta e tentei desde logo imprimir um bom ritmo e não era alguma chuva que caía que me iria atrapalhar, até porque andei já bastantes vezes à chuva e com temperaturas negativa em Inglaterra e aquilo não seria mais duro.
Longe estava eu de imaginar que o Tornado de Oklahoma iria passar primeiro por S. Jacinto antes de seguir o seu caminho para os EUA (maldito bater de asas da borboleta!). E alguns minutos depois era chuva da grossa, era frio e era vento. As mão geladas, os pés gelados e os músculos das pernas gelados. As pulsações baixaram e por muita força que impunha, não conseguia utilizar o motor. Estava frio e não conseguia aquecer.
Apesar de tudo consegui rodar a um ritmo aceitável e as médias a cada 5km das voltas foram sempre acima dos 31 km/h, chegando mesmo a rodar 5 km a 34 km/h.
A meio do segmento o tempo melhorou, mas os meus pés, sobretudo o direito estavam irremediavelmente gelados. Não os sentia, ia tirando dos pedais para melhorar a circulação, mas nada. Era uma parte do meu corpo que tinha desaparecido. As pernas também doíam e começava a ter uma dor aguda no adutor que me fez pensar que não iria aguentar tudo. Para além disso, a posição aerodinâmica era cada vez mais desconfortável e na última volta rodei muitos quilómetros com as mãos cá em cima, pois já não aguentava mais.
Com isso cumpri a segunda metade um pouco mais devagar mas sempre acima dos 30 km/h e terminei em 2:47:52. Mais 2 minutos e meio que em Lisboa mas também mais 2,5km e, por isso em média até fiz melhor, ou seja: 32,1 km/h contra 31,7 km/h.
Fui 126º, ou seja desta vez foi o meu melhor segmento mas também beneficiei de bastantes desistências por causa do tornado.

2ª Transição



Um pouco melhor que em Lisboa, mas também algo lenta. Uma descoberta: o facto de não sentirmos os pés a tocar no chão afecta um  pouco o nosso movimento. Foi mesmo uma sensação estranha com a circulação a chegar lentamente a locais que pareciam nunca antes ensanguentados. Com tanta excitação por os meus pés ressuscitarem ao terceiro segmento, esqueço-me de levar o gel e o boné para a corrida (sim, depois da tempestade vem o sol desgraça-corredores). Registo aqui.

Corrida (21km)




Desta vez nada de ritmos abaixo dos 5 min/km na primeira parte. Vamos devagar e depois acelera-se no fim. Confesso que a corrida é o que menos gosto neste triatlo. Demasiado tempo dentro do quartel onde não entra o público. Felizmente uma alteração relativamente ao ano anterior: 4 voltas em lugar de 5. Gerir 5 voltas é uma tarefa mentalmente desgastante num Half.
Gerir 4 voltas é mais fácil. Uma primeira metade confortável, uma terceira volta critica e uma quarta volta já com a meta à vista.
E foi mais ou menos isso que aconteceu. Não quebrei como o ano passado, mas uma vez mais o ritmo foi caindo lentamente. Ao longo do percurso fazíamos uma reta enorme, correspondente à pista de aviação. Era mais de um quilómetro a terminar numa subida (sim, há subidas em pistas de aviação, aprendi agora) que no final custava imenso.



Arrisquei a provar o gel da organização e até me soube bastante bem, mas senti que estava muito lento para a concorrência. A corrida é definitivamente o meu pior segmento actualmente. Fui passado por muita gente e isso desmoraliza . Na última volta não quis arriscar um aumento de ritmo antes da pista de aviação, por isso só os 2 últimos quilómetros foram mais rápidos (ainda assim acima dos 5:20).
No final 1:52:12, mais 3 segundos que em Lisboa (que regularidade!). Mas também era uma distância maior, pelo que agora fiz uma média de 5:26 por quilómetro e em Lisboa 5:34. De qualquer forma foram menos 5 minutos que na terrível corrida de 2012.
171º Lugar é de facto muito fraco comparando com o que fiz nos outros segmentos.


Conclusão


142º em  211 à partida é um lugar já mais próximo do meio da tabela. 5:22:04 são mais 3:30 que em Lisboa mas as médias que fiz até foram melhores, por isso ficou um sabor agridoce. Há muito que treinar e agora vejo que é na corrida que posso evoluir mais. Até porque se trata também de uma questão de peso. Engordei em Inglaterra, já baixei algum peso (estou bem longe dos máximos desse post), mas ando pouco acima dos 80kg. Tenho que baixar de novo aos 75kg, pelo menos, para melhorar ainda mais os resultados. Um agradecimento ao meu pai pelo apoio e pelo leitão no final (já que falei em perda de peso).

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Lisboa International Triathlon - 2ª Parte

1ª Transição



No ano passado demorei imenso nesta transição. Fui devagar para recuperar o fôlego... e gastei mais de 3 minutos. Desta vez não, era tempo de manter a concentração e fiz uma transição ao nível de um sprint.
Tirar o fato, colocar o capacete e seguir. No meu relógio isso deu 2:28, um tempo perto da realidade pois também só carreguei no botão já depois de umas boas pedaladas. Nos resultados da Federação ainda perdi menos tempo, 1:37, que seria a mais rápida transição com fato de sempre, mas o início da contagem foi algo longe da saída da natação.

Ciclismo



Não fiz nenhum treino acima de 70km durante a preparação para este triatlo, algo comum noutros anos. Mas, por outro lado, ando de bicicleta todos os dias entre casa e trabalho. O que me dá um mínimo de 17km por dia. Esta alteração de rotina iria resultar numa incógnita.
Também comprei umas aero bars, o que traria uma vantagem. Uma vantagem relativa pois nunca treinei com elas (a minha bicicleta principal ficou por cá).
Não quis exagerar no ritmo inicial e tentei manter as pulsações por volta dos 150bpm. Fui passando alguns ciclistas mas também fui ultrapassado pelos outros. A meio da primeira volta (eram quatro), meti a roda pequena à frente e subi com alguma frescura (típica da primeira volta).
Nas zonas planas as aerobars resultavam, sentia-me bem e a cortar o vento (à parte de sentir uma pequena assimetria que tornava a posição do braço direito desconfortável). Ia vendo os meus parciais a cada 5km e estavam sempre abaixo dos 10 minutos, ou seja, a média andava sempre acima dos 30 km/h.



Ao contrário do que estava à espera, as seguintes voltas foram praticamente iguais, em apenas dois parciais de 5km rodei abaixo dos 30 km/h (sempre a subir) e em alguns troços andei bem acima desta velocidade. Cheguei inclusivamente a andar a 36km/h de média entre os 70km  e os 75km. Nunca tinha pensado conseguir isso nesta prova.
Utilizei um gel em cada volta antes da subida, à excepção da primeira e nunca senti fome, ao contrário do ano anterior. Levei um bidão de bebida energética e outro de água. No final estavam quase vazios mas não tive que racionar os líquidos mesmo com o calor que se fazia sentir, sobretudo na subida. No final um tempo fantástico de 2:46:03, bem perto dos 32km/h. Praticamente menos 10 minutos que o ano passado. Incrível.
Comparando com os restantes atletas fui o 186º, um lugar um pouco abaixo da natação, mas ao mesmo nível. Tendo em conta que no ano passado perdi muitos lugares neste segmento, foi uma boa evolução. Muito graças às viagens diárias para o trabalho de bicicleta.

 
2ª Transição

Ao contrário da primeira transição, aqui entrei com mais calma. Era altura de beber pela última vez bebida energética, de recuperar fôlego, colocar um boné e levar o último gel comigo. Demorei 2:19 (um pouco mais na minha contagem), pelo que foi uma transição fraquinha e o meu pior segmento.

Corrida




Quando parti para a corrida, sabia que se não fizesse nenhuma asneira bateria o meu record e faria um tempo abaixo de 5:30:00 com facilidade. Bastava fazer uma meia-maratona em menos de 2:04:00 para alcançar esse objetivo.
Não era pois altura de arriscar. E controlei, tal como o ano passado, a passada pelas pulsações (andar perto das 170 bpm). Em S. Jacinto tinha boas sensações, fui rápido e deitei tudo a perder.
Comecei a um bom ritmo (dois primeiros kms em 4:38 e 4:52), mas tive que ir abrandando de modo a manter o pulso. Andei entre os 5:20 e 5:40 e sofria mais nas zonas de calor, sobretudo uma parte em terra batida sem qualquer abrigo. Os abastecimentos sabiam bem para despejar água pela cabeça abaixo.

Não estava em completo sofrimento, mas não consegui impor um ritmo perto dos 5:00 como desejava. Chegou mesmo a cair algumas vezes para cima dos 5:50 a partir dos 13 km mas alternando com tempos a 5:40. Esta alteração deve-se um pouco à alternância entre partes onde me sentia bem e partes onde me sentia mal (muito devido ao calor), mas também à força que me davam os amigos à medida que ia passando por eles.

No final já não tinha que segurar as pulsações e ainda fiz o último km a 5:33, mas talvez pudesse ter começado a aumentar o ritmo mais cedo. A corrida acabou por ser o melhor segmento, tendo feito um tempo apenas uns segundos melhor que o ano passado. 1:52:09, o 263º melhor tempo, o que me fez perder alguns lugares.


Conclusão

 (retirar 20 minutos e alguns segundos ao tempo já que o relógio corresponde à prova olímpica)

Apesar de ter melhores expectativas em relação à corrida, dados os tempos que fiz nos treinos, este é sem dúvida o meu melhor resultado de sempre. E isso reflectiu-se na classificação num triatlo que até está cheio de estrangeiros. 5:18:34, correspondentes ao 200º em 354 à partida (191º Masculino) e 43º em 66 no meu grupo de idade. Embora ainda não esteja a meio da tabela para lá vou caminhando.
Segue-se outro longo, em S. Jacinto. E o objetivo é fazer ainda melhor!
Um obrigado a toda a claque que tive e que me ajudou imenso ao longo da prova!


quinta-feira, 9 de maio de 2013

Lisboa International Triathlon 2013 (1ª Parte)

O Antes

 Estes últimos meses foram meses de grandes mudanças. Mudei-me para Cambridge no Reino Unido e com isso perdi alguma forma, sobretudo entre Setembro e Dezembro, os primeiros meses. Durante esses tempos acabei por engordar um pouco e quase ter que recomeçar tudo de novo.
Cambridge é um bom sítio para treinar. Tem vários clubes de triatlo e tenho treinado com o principal: Cambridge Triathlon Club. Mesmo assim, a maioria dos meus treinos continuam a ser a solo, o que tem as suas vantagens e desvantagens. A região é terrivelmente plana, com bastante vento e cheia de espaços verdes. Tem igualmente várias piscinas de 25 metros e é por isso fácil nadar. O pior ainda é a temperatura, porque até chove pouco, e já treinei por entre a neve e com temperaturas perto dos -10ºC. Também tenho investido na literatura, e aproveitei as facilidades que se tem no Reino Unido para adquirir livros da Amazon para tentar encontrar os meus pontos fracos e onde posso melhorar.
Os resultados foram bastante bons. Apesar de não ter testado as minhas prestações no ciclismo, nos últimos 2 meses exterminei todos os meus melhores tempos em distâncias acima de 200m na piscina e no meu treino de teste de 20km rolei facilmente a 5:08 (usando a nova técnica de corrida, aterrando na parte da frente do pé) enquanto no ano passado tinha rolado a 5:26.

A Natação

Apercebi-me que estava a tornar-me um típico overglider. Ou seja, extendia demasiado a braçada depois da mão entrar na água e com isso acabava por criar um travão e perder a inércia. Tentei, por isso corrigir este problema, entrando com o braço na água de cotovelo para cima e aumentando a frequência de braçada.
Esta era a minha primeira prova a sério este ano (apenas fiz um suprer-sprint em Alpiarça) e por isso tinha bastantes dúvidas se o sucesso na piscina teria repercussões imediatas em Água Abertas, até porque nesses 300 metros de super-sprint as coisas não tinham corrido nada bem.
Desta vez fui mais para a frente, e mesmo com a confusão de muita gente dentro de água, desde o início consegui respirar a cada 3 braçadas e com preocupação na minha técnica de braçada. E com um ou outro encontrão, uma ou outra cotovelada e um ou outro pontapé, consegui sempre manter o meu ritmo, o meu deslizar e uma sensação de divertimento que até agora parecia impossível dentro de água. Penso ter mantido mais ou menos o mesmo ritmo ao longo do percurso, até porque pus o relógio a vibrar aos 17:30 e nessa altura estava mais ou menos a meio do percurso.
No final estava com uma braçada leve e saí com uma grande diferença em relação ao ano passado, mesmo tendo em conta que parei o relógio já cá em cima, à entrada do parque de transição. Marquei 36:12 e 2km mas terão sido menos de 36 minutos, e melhor ainda que o meu melhor tempo de sempre, em S. Jacinto (35:57). Comparando com o ano passado foram quase menos 2 minutos.
Resultado: 180º em 354. Um resultado bem próximo do meio da tabela. Nada mau!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Meia Maratona de Viana



Já mais de dois anos depois da minha última Meia Maratona (sem contar com  Half-Ironman), regressei à atividade, pela primeira vez em 2013 com uma estreia em Viana do Castelo.
Agora emigrado em Inglaterra tenho aproveitado para me pôr em forma com treino a muito baixas temperaturas (-5ºC é o recorde). Como ainda ando em regime de pré-temporada, demasiado pesado (gordo, aliás) e sem treinos longos nas pernas, não podia exigir muito, por isso não tinha quaisquer expectativas, apenas fazer uma boa prova a um ritmo confortável e divertir-me porque já sentia imensa falta disto.
Não comecei com loucuras, meti um ritmo confortável, sempre junto aos 5min/km e, apesar de alguma chuva consegui ir controlando e só nos quilómetros mais inclinados demorei mais de 5 minutos.
No regresso após o retorno, a fadiga aumentou mas a dificuldade diminui, por isso fui mantendo um bom ritmo tentando puxar mais no final. Nessa altura tive a companhia do Filipe Varandas, do triatlo e, mais tarde do Nuno Russo, também do triatlo do meu clube.
Foi, por isso, um final de prova em excelente companhia e sem nunca quebrar, mesmo com condições atmosféricas muito adversas no final. Mas bem pior para quem estava a ver do que para quem estava a participar. Não foi Leonor?
Na altura fiquei bastante contente com o resultado 1:45:59, o que corresponde ao meu segundo melhor tempo na distância, numa altura em que ainda estou a começar a época.
Por outro lado, são mais 5 minutos que o meu recorde. Ainda é uma grande diferença, por isso há muita pedra a partir.

Percurso no Garmin Connect.